Margarida Reimão

Homenagem a Margarida Reimão - Grande Escritora/Poetisa da Bahia (Salvador)

 



Trabalho de Carlos Leite Ribeiro
Margarida Reimão dos Reis de Araújo nasceu em 04/09, em Salvador BA; depois morou alguns anos em Vila Velha ES, retornando mais tarde a Salvador.
Filha de Gonçalo Antônio dos Reis e Maria Pereira Reimão.

Formação acadêmica:

Licenciatura plena em Letras - UCSsal - BA
Administração de Empresas – Escola Baiana para Executivos
Secretariado Executivo – Universidade para o Trabalho - BA
História, com defesa de tese sobre o Perfil da Sociedade Grega, na Universidade de Brasília,
Introdução à Psicanálise – Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitória.
Língua Francesa - Aliança Francesa
"Não se pode ter certeza do dia seguinte; senão o existir ficará uma sucessão de dias e de noites sem desafios. Somos borboletas errantes que precisamos inventar nossas venturas e conquistar as sementes para os próximos sonhos." (Margarida Reimão)
"Por que evitar a música do encontro. Por que não se deixar tocar numa carícia, sem recusas, deixando o tímido afago prender as pontas dos dedos e fazer-se um vulcão?" (Margarida Reimão).
Baiana de nascimento, residindo no Estado do Espírito Santo desde 1995, a trajetória de Margarida Reimão pelo mundo das letras começou aos sete anos quando fazia a segunda série do curso primário e, vida afora, dedicou-se a escrever. A professora pediu-lhe uma redação sobre a chuva. Ela criou uma estória onde a personagem conversava com a chuva e pedia que molhasse os campos mas, não chovesse em seu guarda-chuva, velho, cujas bolinhas do estampado, deixava passar pingos d’água.
Na devolução do trabalho recebeu da professora o maior dez possível, em vermelho, de ponta a ponta da folha pautada. Aquele foi seu grande incentivo, e talvez por isso, nunca mais parou de escrever. Editou o primeiro livro catalogando as prosas e poesias da juventude em 1982, e de lá até aqui, foram escritos mais de uma dúzia de livros, muitas prosas, poesias, contos e crônicas.
"A vontade tem um quinhão muito grande na vida de Margarida Reimão e, de braços dados com tal sentimento eis que surge a figura proporcional e agradável, de pele tipo morena e um sorriso encantado da cabocla cuja presença de flor vem do nome.
Margarida Reimão é escritora; tinha que ser, viver somente não seria o bastante para tamanha vontade, tinha que contar, tinha que gravar e assim marcou sua presença sob a forma de livros...
Mas, se a natureza fez a sua parte Margarida não se descuidou, estudou, preparou-se e, assim, preparada ela segue escrevendo livros.
O penúltimo foi diferente: a autora e a personagem eram os mesmas e a historia deixou de ser ficção e foi muito difícil de ser contada, ainda mais na primeira pessoa, A PONTE DA PASSAGEM. Nele Margarida contou como vivenciou o grande desafio - um câncer -, e continuou a viver e a escrever livros.
Lançou o livro em maio de 2001, já esgotado, e em janeiro/2002, terminou O CONTO QUE EU VOU CONTAR (inédito). Que bom seria se a gente pudesse, ou se eu pudesse, juntava Margarida a outras tantas que poderiam continuar a viver porque sempre somariam. Vamos torcer para que essa baiana de nascimento ainda nos sorria muito e nos presenteie sempre com seus clones em forma de livros. "
(Roberto Lírio – webmaster).

Livros escritos, com resumido comentário dos Editores:

O CONTO QUE EU VOU CONTAR – (2001 – inédito) contos alegres, com histórias de amor e encontros, dando pinceladas em vidas passadas das personagens, construindo lendas milenares num sabor muito especial para os amantes da boa leitura.

A PONTE DA PASSAGEM – (2001) – É uma narrativa na primeira pessoa onde não existem personagens fictícias e a realidade ajuda a desbloquear os corações aflitos e geminados com o fato de terem tido, ou estarem passando pelo mesmo "calvário" que ela passou, um câncer. O livro, com certeza, é um segmento de auto-ajuda e, milhares de pessoas precisam das palavras de Margarida Reimão, que compartilha esperança e palavras para tornar possível os sentimentos de amarguras momentâneas, vez que o espírito é secular e o tempo é o pai de todas as discórdias e dores. (Os Editores).
"Sei que inúmeras vezes precipitei minhas partidas, abandonei o que precisava ser retido, fiquei de pé quando o correto seria ajoelhar-me. Entretanto, sujeita às falhas, tracei a vida num mapa claro, bem delimitado pela honra, pela lisura e ainda cerquei os limites com lagos e mares de lágrimas derramadas desde a infância".
"A vida é um jogo e quando a gente atenta pode já ter sido iniciado, mas não deixemos que as primeiras apostas sejam as definitivas. Guardemos o silêncio especular entre as frestas cinzentas dos infortúnios e sepultemos toda fadiga para lograr o êxito dos vencedores. (Margarida Reimão – trechos do livro A PONTE DA PASSAGEM).

CROSSING THE BRIDGE (2001) versão em inglês do livro A PONTE DA PASSAGEM, traduzido por Márcia K. Lee-Smith.
Even when our house burns in fire this can be God’s hands. He provides strength to His children, and the casuality can be the big door for the right things". (Margarida Reimão – trecho de Crossing The Bridge)

ANTOLOGIA EROS DE POESIA (2001) - Uma declaração de amor ao amor de toda gente (PD Editora – Literatura – São Paulo). " Quando um corpo esbarra em outro corpo e o eriçar de pêlos denuncia a tormenta iminente não há fuga possível quando um corpo esbarra em outro corpo e os olhos indagam possibilidades. O amor é uma interrogação permanente um vislumbre, um alento, uma loucura fuga e encontro vida e morte." (Nalu Nogueira, escritora e Diretora da Editora PD Literatura – São Paulo).
As poesias premiadas de Margarida Reimão. Primeiro lugar Nacional – Canção do Amor e Seus Sóis, Editora Shan (Porto Alegre- RS) e Fogo Serpentino – do Concurso Eros de Poesia Sensual – PD Literatura (São Paulo).

25 ANOS DEPOIS – romance (1996). Uma história de amor de dois adolescentes que se reencontraram 25 anos depois.
"Abraçaram-se em temperança visceral que refletia todo afeto, toda a chama e todas as promessas de renovação. Ali estavam duas pessoas que se atreviam a declarar e a viver um amor guardado por muito tempo, mesmo que aparentasse ser fora de hora, ou de propósito, mesmo que despertasse a ambigüidade dos cépticos, o silêncio dos ponderados, o enigma dos misteriosos, a secreta ironia dos sorridentes, a contundência dos agressivos, a remota paralisia dos omissos. Eles estavam cheios de amor e derramavam-no em cascatas esmagadoras, não poupando nem mesmo os objetos inanimados. Não havia medo entre eles, pareciam inatingíveis a qualquer peleja, oculta ou mística, ossuda ou patética. Por isso, soavam estranhos, como se não humanos, como se fizessem parte de um recém descoberto planeta. (Margarida Reimão – trecho do livro 25 Anos Depois)

CEM CRÔNICAS – Coletânea de diversas crônicas e ensaios. É uma boa conversa com o leitor que parece estar sentado em frente à autora, ouvindo seus "causos".

O ESPELHO DE AGNES - romance (1995). "O universo da mulher e a ventura no sentido de que os seus anseios e propósitos sejam concretizados como grandes acontecimentos" (Os Editores - Contemp).
"Os olhos de sol, cansados de tanta emoção cruzaram aqueles de onça mansa matreira e escorregadia no refego da presa. Eram seus conhecidos, apesar da distância do palco, ela podia divisar e não economizou para passar atrás vinte e sete anos. Desenrolou o carretel do tempo e viu que tudo era igual: as vestimentas, as expressões dos rostos... pequenas modificações foram acrescentadas mas o quadro era o mesmo...
Sei que sou um fantasma e só me trouxe aqui por ser de fato, invisível aos olhos de todos. Aceite as rosas, por favor. Ela estirou as mãos aquiescendo. – Aos meus olhos não precisava. – Mas aos meus ímpetos precisava. Felizes aqueles que, mesmo tardiamente, aprendem a manifestar sua humildade e a se expor tão severamente aos desgostos de quatro gerações. Aqui não me cabe. Vim apenas como um pagador de promessas ao seu santo, nada mais!" (Margarida Reimão – trechos do livro O ESPELHO DE AGNES).

VICTÓRIA - romance (1993). "Uma história quente de amor e vida, cujas personagens retomam o sentido fugaz da paixão e busca a liberdade, inserindo-se num cotidiano que estabelece toda uma época. (Os Editores - Galden’s/Contemp).
"Havia uma sede, uma fúria braba como uma fogueira que queimava lá dentro. Foi duro achar meus pedaços. Entrei em profundo luto, dei um tempo para mim, comparei minhas mágoas com meus sonhos e vi que, apesar dos sofrimentos, os sonhos ganhavam; mas, que iria fazer com tantos sonhos? Eles não servem para nada... Na minha ressurreição interna vi que sem os sonhos nada se constrói. Eles são a mola mestra e exigem respeito."
"Ficaram na varanda até bem tarde, acordando-se como as flores dos espinheiros silvestres. A emoção das revelações lhes doíam, a reflexão lhes gerava uma saudade que sabiam terem que enfrentar. Haviam sido chamados pelo amor. Todavia, os caminhos eram por demais torpes e não os conduziriam a alegria de estar, porque a vida prática ganhava o jogo. Po isto, sobravam-lhes poucas opções. Estavam tristes com aquelas escavações." (Margarida Reimão - trechos do livro VICTÓRIA).

A OUTRA FACE DA FACE – (1992) prosas e poesias. "Insere-se aos grandes valores da literatura brasileira, por sua técnica estilo e conteúdo extremamente contemporâneos. Seus temas são bem variados – do amor à liberdade..." (Os Editores - Galden’s/Contemp).

CARTAS A UM DESCONHECIDO (1987) - prosas e poesias. São cartas "proseadas", outras são versos livres, esperançosos, saudosos, alheios, inteiros, indeterminados, partidos... mas, certamente, têm endereço certo no coração, ou na razão das pessoas. (Os Editores Contemp).

O CONTO QUE NÃO CONTEI – contos (1984) –"Personagens persistentes e irreverentes, um amontoado de ilusões, uma pitada de confusão, surpresas gostosas... são os ingredientes do deste livro de Margarida Reimão". (Contemp Editora).

CANTO AO VENTO (1983). Poesias. "Um registro dos sentimentos mais primários e mais etéreos – uma condensação do ser e do sentir". (Os Editores: FEBAE ).
EGO LUZ – (1983). Coletânea de poesias, onde participam diversos autores baianos (FEBAE).

BARCO À DERIVA – 1982 – Poesias e prosas. "Barco à Deriva foi o encontro com minha "fossa", minha solidão e minhas alegrias", diz Margarida Reimão.

Outras Informações:

Margarida Reimão escreveu em diversos jornais. Criou boletins literários e trabalhos voltados para a literatura. É Membro da Sociedad de Escritores y Artistas de Bolívia, desde 1989. Membro do Conselho Consultivo da Federação Baiana de Escritores/FEBAE, desde 1984. Membro da Galden’s/CONTEMP, desde 1987, associada da REBRA - Rede de Escritoras Brasileiras, desde 1999, Coordenadora do Magazine lusitano, (Lisboa/Algavre – Portugal) "Cá Estamos Nós" CEN, nos Estados do Espírito Santo e Bahia, desde 2000.
Foi jurada do Concurso Lagoa do Abaeté, em Salvador - Bahia em 1983, 1986 e 1991 e jurada de diversos concursos literários realizados em Salvador-BA, entre 1982 a 1994.
Na área de Psicanálise tem se dedicado a estudar e a participar de Simpósios, Cartéis e Congressos ligados à Arte e aos escritos. Eis alguns dos mais importantes: "A Dor e a Arte" . " A dor e a dor de existir". "Do Inacabamento da Imagem ao Escrito". "A dor e a Criação". "Amor, Dor e Êxtase na Criação Literária". "Da Tragédia ao Desejo – Uma Passagem". "O Nascimento e a Morte nas Tragédias". "A Erótica na Narrativa". "A Ciência na Ótica do Artista".
Esotérica, crítica, perfeccionista, gravita em sua própria órbita como muitas de suas personagens, recomeçando em todo amanhecer, extraindo de si toda essência e ficando sempre disposta às coisas novas.
"Os movimentos da vida são diminutos, se não prestarmos bem atenção tudo fica preso no carretel do tempo." (Margarida Reimão).
"Andei tanto e tenho muito a percorrer. Quantas lembranças me rodopiam, é minha vida passada a limpo. Continuarei nas divagações mas terei coragem de percorrer o corredor porque sei que as pessoas vão e muitas não voltam jamais, cada tempo tem um abrigo, uma esperança, outros sonhos.." (Margarida Reimão).


E.books de Margarida Reimão


Homenagem póstuma a Margarida (Marga)
Trabalho de Carlos Leite Ribeiro - Marinha Grande - Portugal

LUIZ GONZAGA


LUIZ GONZAGA
"O REI DO BAIÃO"

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro


Luiz Gonzaga, compositor/cantor brasileiro, nasceu em 1912 em Exu PE e morreu no Recife PE a 02 de Agosto de 1989. Até ser descoberto pela rádio, tocava sanfona e cantava nas ruas e em cabarés. Afirmou-se com o lançamento do baião, de parceria com Humberto Teixeira, e as suas composições dos anos 1946-1958 granjearam-lhe grande popularidade. A sua obra tem vindo a despertar um renovado interesse junto da jovem música brasileira.
Suas Canções:
A carta; A Dança da Moda; A Dança do Nicodemus; A Feira de Caruaru; A Morte do Vaqueiro; A Mulher do Meu Patrão; A Rede Véia; A Sorte é Cega; A Triste Partida; A Vida do Viajante; A volta da asa branca; ABC do Sertão; Acácia Amarela; Acauã; Açucena Cheirosa; Adeus, Rio; Algodão; Amanhã Eu Vou; Amigo velho; Amor da minha vida; Amor que não chora; Ana Rosa; Apelo ao Soberano; Apologia ao Jumento; Aproveita Gente; Aquarela Nordestina; Aquilo Bom; Aquilo sim, que vidão; Aroeira; As Noites de Junho de Antigamente; Asa Branca; Asas da Ilusão; Assum Preto; Ave Maria Sertaneja; Baião; Baião da garoa; Baião da Penha; Baião de Dois; Balança a Rede; Bença Mãe; Bié bié Brasil; Bodocongó; Boiadeiro; Bom Pra Eu; Buraco de Tatu; Cacimba Nova; Calango da Lacraia; Caminhos do coração; Capim Novo; Cavalo Crioulo; Chá Cutuba; Chamego; Chofer De Praça; Cidadão; Cigarro de Palha; Cintura Fina; Começaria tudo outra vez; Contrastes de Várzea Alegre; Coração Molim; Corrida de Mourão; Creuza Morena; Danado de Bom; Dança, Mariquinha; De Fiá Pavi; De Teresina a São Luís; Deixa a Tanga Voar; Dengo Maior; Depois da derradeira; Derramaro o Gái; Dezessete Légua e Meia; Dezessete e Setecentos; Dona Vera tricotando; Espere por mim; Estrada de Canindé; Estrela de Ouro; Eu Sou do Banco; Eu Vou Pro Crato; Faça Isso Não; Facilita; Feira de Caruaru; Fogo Pagou; Fole Danado; Forró de Cabo a Rabo; Forró de Caruaru; Forró de Mané Vito; Forró de Ouricuri; Forró do Zé Buchudo; Forró no Escuro; Forró Número 1; Frei Damião; From United States of Piauí; Guerreiro Menino; Hora do Adeus; Imbalança; Indiferente; Januário; Juazeiro; Juvina; Karolina com K; Ladrão de Bode; Légua Tirana; Liforme Instravagante; Lorota Boa; Luar do Sertão; Mangaratiba; Mariana; Marinbondo; Menestrel do Sol; Meu dedo mindinho; Moda da Mula Preta; Morena cor de Canela; Na emenda; Na Lagoa do Amor; Não Vendo Nem Troco; Nem Se Despediu de Mim; No Ceará Não Tem Disso Não; No Meu Pé de Serra; Noites Brasileras; Nordeste pra frente; Nos Cafundó De Bodocó; Numa Sala De Reboco; O Bom Improvisador; O Casamento da Rosa; O Cheiro da Carolina; O fole Roncou; O Véio Macho; Óia Eu Aqui de Novo; Olha a Pisada; Olha Pro Céu; Onde o nordeste garoa; Onde Tu Tá Neném; Orélia; Ovo de Codorna; Pagode Russo; Paraíba; Passo do Pinguim; Pau de Arara; Pedido A São João; Penas do Tiê; Pense N'eu; Petrolina Juazeiro; Piriri; Pisa no Pilão; Pobreza Por Pobreza; Procissão; Propriá; Que Modelos São Os Seus?; Que Nem Jiló; Quero Chá; Respeita Januário; Retrato de Um Forró; Riacho do Navio; Roendo Unha; Romance Matuto; Sabiá; Samarica Parteira; Sanfona do Povo; Sanfona Sentida; Sanfoninha Choradeira; Sangrando; Sangue Nordestino; São João do Carneirinho; Saudade de Pernambuco; Sete faces; Siri Jogando Bola; Súplica Cearense; Tacacá; Tropeiros da Borborema; Último Pau de Arara; Uma pra mim outra pra tú; Vaca Estrela E Boi Fubá; Vem Morena; Vida De Viajante; Viola De Penedo; Vô Casa Já; Vou te matar de cheiro; Vovô do Baião; Vozes da Seca; Xamêgo; Xanduzinha; Xote das Meninas; Xote dos Cabeludos; Xote Ecológico; Zé Matuto.
Luiz Gonzaga, aprendeu a ter gosto pela música ouvindo as apresentações de músicos nordestinos em feiras e em festas religiosas. Quando migrou para o sul, fez de tudo um pouco, inclusive tocar em bares de beira de cais. Mas foi exactamente aí que ouviu um cabra lhe dizer para começar a tocar aquelas músicas boas do distante nordeste. Pensando nisso compôs dois chamegos: "Pés de Serra" e "Vira e Mexe". Sabendo que o rádio era o melhor vínculo de divulgação musical daquela época (corria o ano de 1941) resolveu participar do concurso de calouros de Ary Barroso onde solou sua música “ Vira e Mexe” e ganhou o primeiro prémio. Isso abriu caminho para que pudesse vir a ser contratado pela emissora Nacional. No decorrer destes vários anos, Luiz Gonzaga foi simbolizando o que melhor se tem da música nordestina. Ele foi o primeiro músico assumir a nordestinidade representada pela a sanfona e pelo chapéu de couro. Cantou as dores e os amores de um povo que ainda não tinha voz. Nos seus vários anos de carreira nunca perdeu o prestígio, apesar de ter se distanciado do palco várias vezes. Os modismos e os novos ritmos desviaram a atenção do público, mas o velho Lua nunca teve seu brilho diminuído. Quando morreu em 1989 tinha uma carreira consolidada e reconhecida. Ganhou o prémio Shell de Música Popular em 87 e tocou em Paris em 85. Seu som agreste atravessou barreiras e foi reconhecido e apreciado pelo povo e pela mídia. Mesmo tocando sanfona, instrumento tão pouco ilustre. Mesmo se vestindo como nordestino típico (como alguns o descreviam: roupas de bandido de Lampião). Talvez por isso tudo tenha chegado onde chegou. Era a representação da alma de um povo...era a alma do nordeste cantando sua história...E ele fez isso com simplicidade e dignidade.

Luiz Gonzaga do Nascimento, foi um compositor popular brasileiro, conhecido como o "rei do baião".
Nasceu na fazenda Caiçara, no sopé da Serra de Araripe, na zona rural de Exu, sertão de Pernambuco. O lugar seria revivido anos mais tarde em "Pé de Serra", uma de suas primeiras composições. Seu pai, Januário, trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão (também consertava o instrumento). Foi com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a tocá-lo. Não era nem adolescente ainda, quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sul do Brasil. O género musical que o consagrou foi o baião. A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca, que compôs em 1947, em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.
Antes dos dezoito anos, ele se apaixonou por Nazarena, uma moça da região e, repelido pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, ameaçou-o de morte. Januário e Santana lhe deram uma surra por isso. Revoltado, Luiz Gonzaga fugiu de casa e ingressou no exército em Crato, Ceará. A partir dali, durante nove anos ele viajou por vários estados brasileiros, como soldado. Em Juiz de Fora MG, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista. Dele, recebeu importantes lições musicais.
Em 1939, deu baixa do Exército no Rio de Janeiro, decidido a se dedicar à música. Na então capital do Brasil, começou por tocar na zona do meretrício. No início da carreira, apenas solava acordeão (instrumentista), tendo choros, sambas, fox e outros géneros da época. Seu repertório era composto basicamente de músicas estrangeiras que apresentava, sem sucesso, em programas de calouros. Até que, no programa de Ary Barroso, ele foi aplaudido executando Vira e Mexe (A primeira música que gravou em 78 rpm; disco de 78 rotações por minuto), um tema de sabor regional, de sua autoria. Veio daí a sua primeira contratação, pela Rádio Nacional.
Em 11 de Abril de 1945, Luiz Gonzaga gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor: a mazurca Dança Mariquinha em parceria com Saulo Augusto Silveira Oliveira.
Também em 1945, uma cantora de coro chamada Odaléia Guedes deu à luz um menino, no Rio. Luiz Gonzaga tinha um caso com a moça - iniciado provavelmente quando ela já estava grávida - e assumiu a paternidade do rebento, adotando-o e dando-lhe seu nome: Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior. Gonzaguinha foi criado pelos seus padrinhos, com a assistência financeira do artista.
Em 1948, casou-se com a pernambucana Helena Cavalcanti, professora que tinha se tornado sua secretária particular. O casal viveu junto até perto do fim da vida de "Lua". E com ela teve outro filho que Lua a Chamava de Rosinha.
Gonzaga sofria de osteoporose. Morreu vítima de parada cárdio-respiratória no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana. Seu corpo foi velado em Juazeiro do Norte e posteriormente sepultado em seu município natal. Sua música mais famosa é Asa Branca




Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação (repete)

Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão (repete)

Até mesmo o asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração (repete)

Hoje longe muitas léguas,
nessa triste solidão,
espero a chuva cair de novo,
pra eu voltar pro meu sertão. (repete)

Quando o verde dos teus olhos,
se espalha na plantação, eu te
asseguro, não chores não, viu
eu voltarei meu coração. (repete)
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro - Marinha Grande - Portugal

Jorge Amado



Jorge Amado

Faleceu a 06 de Agosto de 2001


Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro



Jorge Amado, nasceu a 10 de Agosto de 1912, em Itabuna BA e faleceu a 6 de Agosto de 2001, em Salvador BA.


Um dos maiores e mais conhecidos escritores do Brasil, traduzido em mais de trinta línguas. Nasceu em Pirangi, no Estado da Bahia, mudando-se para o Rio de Janeiro enquanto estudante de Direito. Em 1931 publicou o seu primeiro romance, O País do Carnaval. Com os seguintes, como Cacau e Suor, firma-se definitivamente como escritor que, por ter aderido à esquerda política, acaba por ser preso e exilado. Viveu na Argentina, França e na antiga União Soviética, regressando ao Brasil anos depois. Depois de uma longa fase em que deu grande ênfase política aos seus romances, acabou por superar essa tendência politizante, passando a concretizar a sua crítica através de um acentuado humorismo. Ao talento de narrador alia uma força poética construída a partir de um grande sentimento humano que se espelha na linguagem e na escolha de temas. Estes focam especialmente a infância abandonada e delinquente, a miséria dos cais e do preto da cidade, a exploração dos trabalhadores, a seca, o cangaço e muitos outros. Na sua linguagem recorre aos recursos da tradição clássica que alia aos processos da novelística picaresca, aos elementos populares e folclóricos, à linguagem falada e ingenuamente incorreta.
O estilo e personalidade: Amado foi superado, em número de vendas, apenas pelo fenómeno Paulo Coelho - mas em seu estilo - o romance ficcional, não há paralelo no Brasil. Em 1994, viu sua obra ser reconhecida com o Prémio Camões, o Nobel da língua portuguesa. Ele é o autor mais adaptado pela televisão brasileira, verdadeiros sucessos como Tieta, Gabriela e Tereza Batista são criações suas, alem de Dona Flor e Seus Dois Maridos.
A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba por todo o Brasil. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braille e em fitas gravadas para cegos.
Era adepto ao candomblé, religião na qual exercia o posto de honra de Obá de Xangô no Ilê Opó Afonjá, do qual muito se orgulhava.
Como Érico Veríssimo e Rachel de Queiroz, é representante do modernismo regionalista (segunda geração do modernismo).
Biografia: Nasceu em 10 de Agosto de 1912 no interior da Bahia, terra do poeta Castro Alves. No ano seguinte ao de seu nascimento, uma epidemia de varíola obriga a família a deixar a fazenda e se estabelecer em Ilhéus, onde viveu a maior parte da infância que lhe serviu de inspiração para vários romances.
Veio para o Rio de Janeiro, então capital da República, para estudar na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade de Direito da UFRJ. Durante a década de 30, a Faculdade era um polo de discussões políticas e de arte, tendo ali travado seus primeiros contactos com o movimento comunista organizado.
Foi jornalista, e envolveu-se com a política ideológica, tornando-se comunista, como muitos de sua geração. São temas constantes em suas obras: os problemas e injustiças sociais, folclore, a política, crenças e tradições, e a sensualidade do povo brasileiro - contribuindo assim para a divulgação deste especto de nossa gente.
Suas obras são umas das mais significativas da moderna ficção brasileira, com 49 livros, propondo uma literatura voltada para as raízes nacionais. Em 1945, foi eleito para Deputado Federal pelo PCB, o que lhe rendeu fortes pressões políticas.
Era casado com Zélia Gattai, também escritora e que o sucedeu na Academia Brasileira de
Letras. Com ela teve dois filhos: João Jorge, sociólogo; e Paloma.
Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941 a 1942), em Paris (1948 a 1950) e em Praga (1951 a 1952). Escritor profissional, viveu exclusivamente dos direitos autorais dos seus livros. Na década de 1990, porém, viveu forte tensão e expectativa de um grande baque nas economias pessoais, com a falência do Banco Económico, onde tinha suas economias. Não chegou porém a perder suas economias, já que o banco acabou socorrido pelo Proer, controvertido programa governamental de auxílio a instituições financeiras em dificuldades. O drama pessoal de Jorge Amado chegou a ser utilizado pelo lobby que defendia a intervenção no banco, para garantir os ativos dos seus apreciadores.
Prémios: Recebeu no estrangeiro os seguintes Prémios: Prémio Lenine da Paz (Moscovo, 1951); Prémio de Latinidade (Paris, 1971); Prémio do Instituto Ítalo-Latino-Americano (Roma, 1976); Prémio Risit d'Aur (Udine, Itália, 1984); Prémio Moinho, Itália (1984); Prémio Dimitrof de Literatura, Sofia — Bulgária (1986; Prémio Pablo Neruda, Associação de Escritores Soviéticos, Moscovo (1989); Prémio Mundial Cino Del Duca da Fundação Simone e Cino Del Duca (1990); e Prémio Camões (1995). No Brasil: Prémio Nacional de Romance do Instituto Nacional do Livro (1959); Prémio Graça Aranha (1959); Prémio Paula Brito (1959); Prémio Jabuti (1959 e (1970); Prémio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Club do Brasil (1959); Prémio Cármen Dolores Barbosa (1959); Troféu Intelectual do Ano (1970); Prémio Fernando Chinaglia, Rio de Janeiro (1982); Prémio Nestlé de Literatura, São Paulo (1982); Prémio Brasília de Literatura — Conjunto de Obras (1982); Prémio Moinho Santista de Literatura (1984); Prémio BNB de Literatura (1985).
As Faculdades Jorge Amado foram assim cognominadas a fim de abonarem este célebre escritor com uma memória eterna. entretanto, a Jorge Amado é uma faculdade que só visa fins lucrativos, por isso, não seja enganado, faça uma UFBA, UCSAL ou coisa que o valha, mas não se deixem impressionar com a fachada bonita, pois o conteúdo é o mais importante e seu conhecimento, o melhor investimento.
Traduções das obras: Jorge Amado ainda é o autor brasileiro mais publicado em todo o mundo: sua obra foi editada em 52 países, e vertidos para 48 idiomas e dialetos: albanês, alemão, árabe, arménio, azerbaijano, búlgaro, catalão, chinês, coreano, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, esperanto, estoniano, finlandês, |francês, galego, georgiano, grego, guarani, hebraico, holandês, húngaro, iídiche, inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano, macedónio, moldávio, mongol, norueguês, persa, polonês, romeno, russo (também três em braile), sérvio, sueco, tailandês, checos, turco, turcomano, ucraniano e vietnamita.
Academia Brasileira de Letras: Jorge Amado foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 6 de Abril de 1961, ocupando a cadeira 23, cujo patrono é José de Alencar. De sua experiência académica, bem como para retratar os casos dos imortais da ABL, escreveu Farda, fardão, camisola de dormir, numa alusão clara ao formalismo da entidade e à senilidade de seus membros, então.


Obras do autor:


O país do Carnaval, romance (1931)
Cacau, romance (1933)
Suor, romance (1934)
Jubiabá, romance (1935)
Mar morto, romance (1936)
Capitães da areia, romance (1937)
A estrada do mar, poesia (1938)
ABC de Castro Alves, biografia (1941)
O cavaleiro da esperança, biografia (1942)
Terras do Sem-Fim, romance (1943)
São Jorge dos Ilhéus, romance (1944)
Bahia de Todos os Santos, guia (1945)
Seara vermelha, romance (1946)
O amor do soldado, teatro (1947)
O mundo da paz, viagens (1951)
Os subterrâneos da liberdade, romance (1954)
Gabriela, cravo e canela, romance (1958)
A morte e a morte de Quincas Berro d'Água, romance (1961)
Os velhos marinheiros ou o capitão de longo curso, romance (1961)
Os pastores da noite, romance (1964)
Dona Flor e Seus Dois Maridos, romance (1966)
Tenda dos milagres, romance (1969)
Teresa Batista cansada de guerra, romance (1972)
O gato Malhado e a andorinha Sinhá, historieta infanto-juvenil (1976)
Tieta do agreste, romance (1977)
Farda, fardão, camisola de dormir, romance (1979)
Do recente milagre dos pássaros, contos (1979)
O menino grapiúna, memórias (1982)
A bola e o goleiro, literatura infantil (1984)
Tocaia grande, romance (1984)
O sumiço da santa, romance (1988)
Navegação de cabotagem, memórias (1992)
A descoberta da América pelos turcos, romance (1994)
O milagre dos pássaros , fábula (1997)
Em 1995 iniciou-se o processo de revisão de sua obra por sua filha Paloma e os livros ganharam novo projecto gráfico.

Jorge Amado,

(Gentileza da Academia Brasileira de Letras, à qual muito agradeço em nome pessoal e em nome do Portal CEN - "Cá Estamos Nós")
Jorge Amado, jornalista, romancista e memorialista, nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas, Itabuna, BA. Eleito em 6 de Abril de 1961 para a Cadeira n. 23, na sucessão de Octávio Mangabeira, foi recebido em 17 de Julho de 1961 pelo académico R. Magalhães Júnior.
É filho do Cel. João Amado de Faria e de D. Eulália Leal Amado. Com um ano de idade, foi para Ilhéus, onde passou a infância e aprendeu as primeiras letras. Cursou o secundário no Colégio António Vieira e no Ginásio Ipiranga, em Salvador — cidade que costuma chamar Bahia — onde viveu, livre e misturado com o povo, os anos da adolescência, tomando conhecimento da vida popular que iria marcar fundamentalmente sua obra de romancista. Fez os estudos universitários no Rio de Janeiro, na Faculdade de Direito, pela qual é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais (1935), não tendo, no entanto, jamais exercido a advocacia.
Aos 14 anos, na Bahia, começou a trabalhar em jornais e a participar da vida literária, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que, juntamente com os do "Arco & Flecha" e do "Samba", desempenhou importante papel na renovação das letras baianas. Comandados por Pinheiro Viegas, figuraram na Academia dos Rebeldes, além de Jorge Amado, os escritores João Cordeiro, Dias da Costa, Alves Ribeiro, Edison Carneiro, Sosígenes Costa, Válter da Silveira, Áidano do Couto Ferraz e Clóvis Amorim.
É casado com Zélia Gattai — autora de Anarquistas, graças a Deus (1979), Um chapéu para viagem (1982), Senhora dona do baile (1984), Jardim de Inverno (1988), Pipistrelo das mil cores (1989) e O segredo da Rua 18 (1991) — tem dois filhos: João Jorge, sociólogo e autor de peças para teatro infantil, e Paloma, psicóloga, casada com o arquiteto Pedro Costa. É irmão do médico neuropediatra Joelson Amado e do escritor James Amado.
Em 1945, foi eleito deputado federal pelo Estado de São Paulo, tendo participado da Assembleia Constituinte de 1946 (pelo Partido Comunista Brasileiro) e da primeira Câmara Federal após o Estado Novo, sendo responsável por várias leis que beneficiaram a cultura. Viajou pelo mundo todo. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941-42), em Paris (1948-50) e em Praga (1951-52).
Escritor profissional, vive exclusivamente dos direitos autorais de seus livros. Recebeu no estrangeiro os seguintes Prémios: Prémio Internacional Lenine (Moscovo, 1951); Prémio de Latinidade (Paris, 1971); Prémio do Instituto Ítalo-Latino-Americano (Roma, 1976); Prémio Risit d’Aur (Udine, Itália, 1984); Prémio Moinho, Itália (1984); Prémio Dimitrof de Literatura, Sofia — Bulgária (1986); Prémio Pablo Neruda, Associação de Escritores Soviéticos, Moscovo (1989); Prémio Mundial Cino Del Duca da Fundação Simone e Cino Del Duca (1990); e Prémio Camões (1995).
No Brasil: Prémio Nacional de Romance do Instituto Nacional do Livro (1959); Prémio Graça Aranha (1959); Prémio Paula Brito (1959); Prémio Jabuti (1959 e 1970); Prémio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Club do Brasil (1959); Prémio Carmen Dolores Barbosa (1959); Troféu Intelectual do Ano (1970); Prémio Fernando Chinaglia, Rio de Janeiro (1982); Prémio Nestlé de Literatura, São Paulo (1982); Prémio Brasília de Literatura — Conjunto de Obras (1982); Prémio Moinho Santista de Literatura (1984); prémio BNB de Literatura (1985).
Recebeu também diversos títulos honoríficos, nacionais e estrangeiros, entre os quais: Comendador da Ordem Andrés Bello, Venezuela (1977); Commandeur de l’Ordre des Arts et des Lettres, da França (1979); Commandeur de la Légion d’Honneur (1984); Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia (1980) e do Ceará (1981); Doutor Honoris Causa pela Universidade Degli Studi de Bari, Itália (1980) e pela Universidade de Lumière Lyon II, França (1987). Grão Mestre da Ordem do Rio Branco (1985) e Comendador da Ordem do Congresso Nacional, Brasília (1986).
É membro correspondente da Academia de Ciências e Letras da República Democrática da Alemanha; da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e membro especial da Academia de Letras da Bahia. É Obá do Axê do Opó Afonjá, na Bahia, onde vive, cercado de carinho e admiração de todas as classes sociais e intelectuais.
Exerceu actividades jornalísticas desde bem jovem quando ingressou como repórter no Diário da Bahia (1927-29), época em que também escrevia na revista literária baiana A Luva. Depois, no Sul, atuou sempre na imprensa, tendo sido redactor-chefe da revista carioca Dom Casmurro (1939) e colaborador, no exílio (1941-42), em periódicos portenhos — La Crítica, Sud e outros. Retornando à pátria, redigiu a secção "Hora da Guerra", no jornal O Imparcial (1943-44), em Salvador, e, mudando-se para São Paulo, dirigiu o diário Hoje (1945). Anos após, participou, no Rio, da direção do semanário Para Todos (1956-58).
Estreou na literatura em 1930, com a publicação, por uma editora do Rio, da novela Lenita, escrita em colaboração com Dias da Costa e Édison Carneiro. Os seus livros, que ao longo de 36 anos (de 1941 a 1977) foram editados pela Livraria Martins Editora, de São Paulo, integraram a coleção Obras Ilustradas de Jorge Amado. Atualmente, as obras de Jorge Amado são editadas pela Distribuidora Record, do Rio. Publicados em 52 países, seus livros foram traduzidos para 48 idiomas e dialetos, a saber: albanês, alemão, árabe, arménio, azerbaijano, búlgaro, catalão, chinês, coreano, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, esperanto, estoniano, finlandês, francês, galego, georgiano, grego, guarani, hebreu, holandês, húngaro, iídiche, inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano, macedónio, moldávio, mongol, norueguês, persa, polonês, romeno, russo (também três em braile), sérvio, sueco, tailandês, checo, turco, turcomano, ucraniano e vietnamita.
Tem livros adaptados para o cinema, o teatro, o rádio, a televisão, bem como para histórias em quadrinhos, não só no Brasil mas também em Portugal, na França, na Argentina, na Suécia, na Alemanha, na Polónia, na Checo-Eslováquia, na Itália e nos Estados Unidos.
Obras: O país do Carnaval, romance (1931); Cacau, romance (1933); Suor, romance (1934); Jubiabá, romance (1935); Mar morto, romance (1936); Capitães de areia, romance (1937); A estrada do mar, poesia (1938); ABC de Castro Alves, biografia (1941); O cavaleiro da esperança, biografia (1942); Terras do sem fim, romance (1943); São Jorge dos Ilhéus, romance (1944); Bahia de Todos os Santos, guia (1945); Seara vermelha, romance (1946); O amor do soldado, teatro (1947); O mundo da paz, viagens (1951); Os subterrâneos da liberdade, romance (1954); Gabriela, cravo e canela, romance (1958); A morte e a morte de Quincas Berro d’Água, romance (1961); Os velhos marinheiros ou o Capitão de longo curso, romance (1961); Os pastores da noite, romance (1964); Dona Flor e seus dois maridos, romance (1966); Tenda dos milagres, romance (1969); Teresa Batista cansada de guerra, romance (1972); O gato Malhado e a andorinha Sinhá, historieta (1976); Tieta do Agreste, romance (1977); Farda, fardão, camisola de dormir, romance (1979); Do recente milagre dos pássaros, conto (1979); O menino grapiúna, memórias (1982); A bola e o goleiro, literatura infantil (1984); Tocaia grande, romance (1984); O sumiço da santa, romance (1988); Navegação de cabotagem, memórias (1992).


Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande – Portugal